CANTO DE PASSARINHO
Outro
dia ouvi um passarinho cantando as primeiras notas do Hino Nacional. O
canto vinha de uma das varandas de um prédio. Só não sei que passarinho
é, nem se o ensinaram a cantar o hino pátrio ou se o seu canto natural
foi a inspiração do compositor. Sei apenas que ele cantava, mesmo preso.
Cantava atrás das grades.
E
isso trouxe-me à lembrança o lamento de Israel no cativeiro babilônico:
“Aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos
atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos
de Sião” (Sl 137:3).
O dono da gaiola faz o mesmo: mantém o pássaro cativo para que cante e alegre a sua casa.
Boa
lição ensina esse passarinho. Dorme e acorda no cativeiro, mas continua
cantando, enquanto os israelitas preferiram pendurar as harpas.
Continua
cantando porque sua voz rompe as fronteiras da prisão. Canta porque
pode enxergar o horizonte. E o horizonte, meus amigos, é muito maior que
qualquer gaiola.
(Pr. Carlos Novaes)
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