Sem nunca teus olhos cruzar.
Vaguei por freguesias ,velhas aldeias Alentejanas
Vivendo dias, tortuosos mistérios,
Desses latentes , incontidos desejos
Que saltimbanco, fazia-me distante teu coração ...
Prostrado em todos altares que alhures ia buscar,
Em capela de vigília fazia meu canto,
Para que fêmea presa um dia fosse arrebatar...
Por não me render ainda escravo desses olhos,
Foi então que da sacada do sobrado, vi rosto alvejado,
Pele branca enternecida pelo ruge anoitecer....
Teus olhos molhados , uvas nobres ,
Perolas borbulhantes, dois cálices brilhantes,
Frutado espumante fui brindar.
Coloquei viola ao colo, tentei jobinear algumas notas,
Lembrei Vinicius ,cantigas doces, até um velho fado encantar...
Vi então que dos seios fartos , lenço rendado,
Dentro de ti ao chão fez-me chegar.
Respirei essências , verbenas, suor e canela ,
Então, do alforriado desejo abriu-se porta pra rua
De meu corpo extasiado , benditas campanas
Anunciaram presença, que meus olhos reconheceu...
Esperei calado , ser alado que em minha direção
Dormida que estava minh'alma , beijo fruta
Todo meu desejo infante , carícias conquistou.
Virei presa do mesmo destino , querendo fazer contigo
Relva e orvalho, mágico encontro chão.
Braços ,coxas e fel, banhou-nos com doce mel
Todo ardor predestinado...
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