"Eu era um sujeito perseguido pela saudade. Sempre fora, e não sabia
como me desligar e viver tranqüilamente. Ainda não aprendi. E desconfio
que não aprenderei nunca. Pelo menos já sei algo valioso: é impossível
me desligar da memória. É impossível se desligar daquilo que se amou.
Tudo isso estará sempre junto conosco. Sempre teremos tanto o desejo de
refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mau.
Apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que
nos prejudicaram, remover as tristezas e as épocas de infelicidade. É
totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é
aprender a conviver com a saudade. Talvez para a nossa sorte, a saudade
possa transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa
que nos dispare para o novo, para entregar-nos a outro amor, a outra
cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor ou pior não importa, mas
que será diferente..''
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