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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Cor dos Teus Olhos


A Cor dos Teus Olhos

Perturbações pela cor dos teus olhos

Cor colorindo o meu sentir

Cobrindo de fé a convicção

Tu não tens culpa, eu sei

Tu não olhas teus olhos quando me olhas

E não sabes o que deles podem vir

Não queres minhas perturbações

E cobres, com as mãos leves,

Teus olhos a mim

A cor ultrapassa teus dedos

Espalhando-se em adivinhações

E, então, mais poderosos são teus olhos

Não há tua cumplicidade nisso

Sei porque já me avisaste

Mas estão nos teus olhos

Todos os abraços que não recebi

Todos os sussurros calados

As contemplações que perdi

Na cor dos teus olhos

Estão guardados os afagos

Coisas do alegre ou triste

Fundem-se na luminosidade definida

Arrisco-me consciente de estar só

Mas insisto em navegar na impossível coloração

Acalma-te que fico aqui, parada

Não te toco, não te pergunto

Nem te faço exigências

Mas quando em desatenção me fitas

Já a ti não pertencem esses olhos

São roubos refletidos nos meus

Isso me faz sonhar desperta

Idéias do tanto que te tenho

Nessa distância imobilizada

Entre tua tão próxima ausência 

E minha permanência absoluta

Está a cor dos teus olhos

Durma que te abrigo

Nesse brilho de amor contido

Não te importes em preocupações

Nem te congestiones em responsabilidades

Apenas pisques em distração

E pinte todo meu caminho

Se carrego a tortura da renúncia

E um pouco enlouqueço sem vazões

São ainda pequenos os motivos

Para desfazer de mim essa luz

Vivo agora o avesso da alma

Sensação de trazer na pele esse sentir

Canto o acalanto de minha voz só

Mas tua indisponibilidade me segue

Sou luta perdida sem batalhas

Sou um tempo nascido do susto

E da cor dos teus olhos

Não há jeito disso abortar. 


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